Mayana Matos e Eliane Vieira

O Instituto Federal do Tocantins (IFTO) e o Tribunal de Contas do Estado do Tocantins (TCE/TO) seguem reafirmando a parceria para a prestação de orientação técnica em obras públicas paralisadas. Com o projeto "Compromisso Tocantinense pela Primeira Infância", as instituições irão percorrer municípios tocantinenses com o objetivo de orientar e auxiliar os gestores públicos na retomada de 43 obras paralisadas ou inacabadas na área da Educação Infantil, como creches, escolas, quadras esportivas e ajudar a disponibilizá-las à população tocantinense.

O reitor do IFTO, Antonio da Luz Júnior, ressaltou a importância da iniciativa. "Essa ação consolida a parceria entre o IFTO e o TCE. É mais uma ação em conjunto, que oportuniza aos estudantes do curso de Engenharia Civil acompanharem o processo de avaliação de obras paralisadas e, nesse esforço conjunto, essas obras poderão ser retomadas em um curto espaço de tempo. É uma importante oportunidade aos nossos estudantes, de modo a evidenciar a participação do IFTO como parceiro estratégico nas diferentes instituições do Estado do Tocantins", declarou.

"Trata-se de um projeto muito relevante para a sociedade. Especialmente por dedicar-se à busca de soluções para a questão urgente que é o acesso à educação para as crianças e jovens do estado do Tocantins. Também destaco o traço inovador que é a parceria e cooperação entre as instituições governamentais e de ensino em torno de propósitos geram a eficiência do serviço público e o desenvolvimento dos nossos estudantes ao permitir o acesso a uma experiência tão rica de significado", declarou a pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFTO, Paula Karini.

O lançamento do projeto Mãos à Obra, realizado em setembro deste ano, também contou com a presença da diretora-geral da unidade de Palmas, Noemi Zukowski. "Esse projeto tem ampla relevância e abrange várias frentes: integração ensino e mundo do trabalho; cidadania, ao acompanhar o recurso gasto em obras públicas; e solidariedade por nossas crianças. É uma forma de darmos retorno social à comunidade que nos cerca e formarmos melhores profissionais", ressaltou a diretora-geral.

Nesse projeto, as equipes são formadas por servidores da própria Corte de Contas, da Agência de Transportes, Obras e Infraestrutura do Tocantins (Ageto) e do IFTO.

Vistorias em obras de pavimentação asfáltica

A parceria firmada entre IFTO e o TCE já gerou diversos resultados práticos. Desde 2020, ambas instituições se juntaram com o objetivo de equipar e utilizar a estrutura de laboratórios do Campus Palmas em auditorias de obras públicas realizadas pelo TCE. Os resultados mais precisos, a partir das análises laboratoriais, auxiliaram na fiscalização de obras públicas de pavimentação asfáltica e, consequentemente, no bom uso de recursos públicos investidos.

De acordo com o professor Moacyr Salles, orientador dos estudantes no projeto, a ideia partiu no decorrer da oferta da disciplina de Patologia e Reparo de Edificações, do curso de Engenharia Civil, da unidade de Palmas. "Nesta disciplina, ao final do semestre, sempre buscávamos fazer com que os alunos vistoriassem uma obra (a escolha deles) e elaborassem um laudo técnico sobre as manifestações patológicas encontradas. Quando compartilhei esta metodologia em uma das nossas reuniões de colegiado, o professor Thiago Dias, que é também auditor do TCE, viu uma oportunidade de podermos colaborar socialmente com o Estado, ao mesmo tempo em que proporcionaríamos uma formação ainda mais sólida aos nossos alunos", relembrou.

O professor explicou que, na prática, os estudantes faziam as vistorias sob orientação, emitiam o laudo, posteriormente revisado pelo orientador, e o encaminhava ao TCE. Por sua vez, o órgão de controle instrumentava o processo para acionar as construtoras a procederem os reparos. "De lá pra cá foram muitas obras vistoriadas e o ganho, para os estudantes e para a sociedade, incomensuráveis", disse acrescentando que a iniciativa solidifica o conhecimento. "Ganham todos. Os estudantes têm a percepção de realizar um trabalho verdadeiramente profissional, que auxilia a comunidade, ao mesmo tempo que colabora para moralizar o mercado da Construção Civil", afirmou. 

(Com informações do portal TCE/TO)