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IFTO de Dianópolis realiza edição 2024 do VivArt

VIVART

O evento contou também com a realização do II II Concurso de Composição Autoral e ações do Setembro Amarelo
por Filipe Borges publicado: 26/09/2024 18h51 última modificação: 27/09/2024 09h14

A edição anual do VIVART, do Instituto Federal do Tocantins (IFTO) de Dianópolis, foi realizada na última quarta-feira, 18. O evento cultural acontece desde 2018 e mobiliza estudantes dos cursos técnicos, professores e técnicos.

Este ano foi realizada também o II Concurso de Composição Autoral do Campus Dianópolis. Os estudantes que quiseram participar, enviaram suas poesias, musicais autorais e paródias. Participaram, ao todo, 15 estudantes, divididos de forma individual ou em grupo. Oito poesias e três apresentações musicais concorreram.

Dentro das ações relacionadas ao setembro amarelo, as enfermeiras do Wany Kellen Macedo e Sidiany Pimentel promoveram um diálogo sobre saúde mental, sobre os métodos eficazes de prevenção ao suicídio e também sobre os recursos de apoio psicológico e de saúde aos estudantes e servidores do Campus Dianópolis.

Por decisão conjunta da direção-geral e dos jurados, todos os estudantes participantes foram premiados e ganharam uma viagem ao Rio Azuis com todas as despesas pagas.

 Escute (Inaê Ribeiro dos Santos - Licenciatura em Ciências Biológicas)

Tem muitas coisas por debaixo dos panos que
não mostramos para ninguém.
Agora eu me pergunto será se nós estamos
escutando as pessoas?
Na verdade, o que nos falta não é escutá-las,
e sim interpretá-las.
Você sempre os ouviu, porém, realmente
nunca os escutou.
As vezes só precisamos de um abraço que
desabafe tudo o que não se cabe em uma
frase.
Que alguém te escute em meio a essa
multidão que só te ouve.



Quando fui substituído (Igor Melo De Carvalho - Técnico em Informática)

Às vezes me desespero para explicar algo para mim que nem
eu mesmo conheço
Porque é tão difícil fazer algo tão natural, que cruel!
Mesmo calado continuo gritando minha vida neste papel.
Cansei desse estado de viver no automático
Quero pensar por mim mesmo, quero ter liberdade
Mas por que não desaparece de mim esse pensamento
estático?
Louco, será? não!
Questiono minha sanidade, então louco não
Será que não?
Não sente algo aparente que sempre esteve na sua frente
Não sente que sua mente “mente” o tempo inteiro
Não vê que nessa vida você é o prisioneiro
Não sabendo nem explicar se isso é bom ou mau
Começando a sentir que seu começo já é no nosso final
Olhando para o céu sonhando com um mundo irreal
Quanto mais e mais notícias aparecem no jornal
Mas se imagina num mundo no qual...
Medos deixaram de existir
A viatura agora vem para ajudar, não mais para impedir.
Sem mais guerras
Sem esse ódio irracional
Que nos prende dentro de casa
Sem nos deixar ir para o quintal.
Quanto mais imaginar essa possibilidade
Mais se desapega dessa sociedade,
Sociedade de caos perfeitamente ordenado
Tudo vai se mexer, mesmo que permaneça parado
Estou certo ou errado?
Ainda não está decidido?
Vamos me ignore mais uma vez
Pode voltar a passar o dia todo olhando para esta tela de vidro
Mas depois não venha me perguntar quando fui substituído.

 

O Sentimento Mais Profundo (Yãnk Bayllon Gomes de Santana - Técnico em Informática)

Falam que o sentimento mais profundo
É aquele que você mais sentiu falta
Aquele que você nunca teve
Aquele que você sempre quis
Dizem que é profundo como o oceano
Outros dizem que é profundo como uma alma
Mas nunca raso
Se você já se sentiu assim
Em um lugar tão profundo
Como um oceano
Como um lugar escuro
Deveria pensar que há sim uma saída
Há uma luz
Um resplendor
Mas a sua salvação
Depende apenas de você

 

Arte que salva (Kalay Souza Araújo - Licenciatura em Ciências Biológicas)

Quando a dor ecoa silenciosa,
E a alma se esconde, sem cor, sem brilho,
A arte sussurra entre sombras e laços,
Estende a mão, molda um novo trilho.
Nas tintas que dançam, a vida ressurge,
No verso que corta, o peito se abre,
A música envolve e as feridas curam,
O ritmo da alma encontra sua clave.
Se as palavras não vêm, o pincel fala,
Se o grito é contido, a dança responde,
O coração se refaz nas formas que cria,
E da arte o silêncio já não se esconde.
Prevenção é acolher, é criar espaços,
Onde o ser se encontre em traços e cor,
Pois na beleza do ato, na obra que nasce,
A vida se valoriza, renasce o amor.
Se o abismo te olha, calma, respira,
Dias ruins também fazem parte,
Pega o lápis, o som, o palco, a tela,
E deixa a tua alma viver em arte.

 

O Medo (Anedilton Pereira e Camille Biatriz - Engenharia Agronômica)

Se eu estivesse com ele, eu não reconheceria a paz
Me sentia acanhada pela falta de ousadia, inerme,
fraco tudo ou nada, aliás.
Se ele estivesse comigo, se tornava meu companheiro
constante.
Arrepiando a minha nuca, congelando meus ossos e
me envolvendo numa sombra feia e fria que me
tornava uma pessoa hesitante.
É difícil querer ir embora e se afastar, quando se tem
algo que te prende sem ao menos te segurar
É horrível perder o controle das suas próprias
vontades, atitudes e verdades.
Ele revela minhas intimidades sem sua intenção, mas
também sem obscenidade.
Quando estou com ele meu coração acelera
Quero correr, pular, gritar, chorar, mas a quietude
perfura meu peito como uma flecha
Quando estou com ele, sou envolvido por um
cobertor pesado
Sentimentos oscilam em agitação e ao mesmo tempo
que
se apagam, sou pego desprevenido, sozinho e
desarmado
Ele me apavora...
Pavor esse que se alastra como fogo interno e assim
me consome e devora
Mas ele também me protege, salva minha vida do
perigo
Pensamentos pessimistas me perseguem, assim
sempre estou longe dos riscos, nem tudo é castigo.
Mas não consigo seguir, eu queria ceder
talvez me permitir, poder curtir e viver
Presente desde o início dos tempos, caos, paciência
forçada, um sentimento
Crescente, envolvente, um tormento.
Acompanhou-me desde a minha nascente
O medo, constante, sempre presente.
Medo de nadar, de enfrentar o mar profundo,
Medo de sofrer, de me perder no mundo.
Medo de falar, de me abrir, de me entregar,
Medo de estar aqui, de me desvendar.
Medo de dançar, de me mover no compasso,
Medo de cantar, de soltar meu abraço.
Medo de não saber, de não ser capaz,
Medo de me perder, de não encontrar a paz.
Medo, medo, medo, um eco sem fim,
Mas no medo encontro força dentro de mim.
Estou com ele agora, consegue entender? é nesse
exato momento
Com receio do teu entender, colocando em mente
que você está aqui pra me escutar, que não vai me
causar ferimento
O que achas do meu tom de voz?
Será que tem expectativa ou não liga para o que vem
logo após
Minha postura está ruim?
Me mantenho travado aqui ou tenho que desistir?
Entendeu que tudo que falei não é sobre alguém em
específico?
Mas sim um sentimento, emoção, que bagunça minha
mente e que tira ou dá ação ao meu físico.
Ele domina, predomina e há tanta coisa ainda
Ele, ele, ele...
Mas e quanto a ela?
Motivadora, voraz, tão destemida e bela...
Ela luta por um lugar aqui e diz "estou contigo para o
que der e vier" e logo me sinto capaz
E se estou falando contigo agora e porque escutá-la
foi extremamente eficaz
Me aceita como sou, mas quer me ver voar de verdade
Diz ela "Me aceite por completo, eu sou a coragem"
Tô tentando com receio, com fulgor e sem freio,
Porque tenho que vencê-lo, pois ele... é o medo.



A vida é preciosa (Camila Antônia Almeida - Técnico em Agropecuária)

Com empatia e carinho, podemos cultivar,
Um espaço seguro onde todos podem brilhar.
Porque quando amamos e nos fazemos ouvir,
A esperança renasce e aprendemos a sorrir.
Um olhar compreensivo, uma mão estendida,
O apoio é a ponte que traz uma nova vida.
Em dias nublados, quando tudo parece escuro,
Um gesto de carinho pode ser o mais puro.
Escutar sem pressa, acolher sem julgar,
É no amor verdadeiro que começamos a curar.
As batalhas internas são difíceis de ver,
Mas saber que alguém se importa pode aquecer.
Cada palavra de incentivo é como um abrigo,
Um espaço seguro para enfrentar o perigo.
A saúde mental merece ser cuidada com amor e cuidado
A vida é preciosa, mesmo em meio à tempestade,
E setembro nos ensina sobre a fragilidade.
Vamos espalhar amor,
Transformar feridas em sementes de amor
Cuidar da saúde mental é saber viver.
Cante as suas canções, celebre o seu ser,
Deixe florescer o amor que há em você.
Aprecie as cores do céu ao entardecer,
E sinta a brisa suave que vem para aquecer.
Vamos celebrar a vida em toda sua plenitude,
Com coragem e fé.
Pois quando valorizamos o que nos foi dado,
Transformamos o cotidiano em algo sagrado.

O Automartírio (Kayky de Almeida Pedrosa - Engenharia Agronômica)

Muitos pensamentos e poucas palavras,
Ações pequenas, às vezes tão calmas.
Noites de trabalho, por você? Não,
Apenas desgaste, de sua alma e coração.
Noites em claro, com passatempo,
Prazeres que vão, deixando apenas o tormento.
Livros que nos prendem a cada capítulo,
Poemas que trazem lágrimas e memória.
Músicas que nos fazem flutuar,
E a cada acorde, nos fazem sonhar.
Tudo para tentarmos nos aliviar
Do grande e infinito martírio que é viver.
A vida é como uma praia bonita:
Um turbilhão de ondas, um mar azul brilhante,
Areia branca que reluz como diamante.
Uma grande bagunça, sem controle ou direção,
Mas, ainda assim, há beleza nessa imensidão.
Se a vida te empurrar de um penhasco cruel,
Aproveite a queda, sinta-se no céu.
Abrace o caos, faça dele seu guia,
Aceite a vida com toda a sua alegria.
Não dá pra fazer um rio voltar,
Mas podemos seguir e ver onde vai dar.
E quando no mar ele desaguar,
Não pense que a praia é o fim.
Pois, após o sol, vem a tempestade,
E, como a chuva que, sem piedade,
Contorna os problemas e segue o rio,
Sempre achamos nosso caminho.
Nossa vida é curta, mas somos tantos,
Cada dia, novos sonhos e encantos.
Não seja o que esperam de você,
Seja autêntico, único em meio à plateia.
Deixe sua marca, como um passo no cimento,
Uma marca profunda no coração de quem te quer
bem.
As feridas saram, mas o tempo não cura,
É o que fazemos que traz a solução.
Não deixe de pensar nas próximas páginas,
Mas que isso não o impeça de sorrir.
Viva cada momento, sinta o agora,
Aproveite a vida, sem pressa, sem demora.
A velha frase:
“A vida não é um mar de rosas” – eu não diria,
Pois até as rosas têm espinhos.
Esse velho hábito de se martirizar
É comum, não há como negar.
Lembre-se: não é o que te acontece,
Mas como você reage, isso prevalece.
E, às vezes, parar pra descansar
Não faz mal, é só respirar.