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IFTO na Agrotins: Mostra tecnológica apresenta produção científica realizada na instituição
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José Dimar é produtor rural de Araguatins e visitante costumeiro da Agrotins. Nesta edição do evento, ele esteve no estande do Instituto Federal do Tocantins (IFTO) e ficou impressionado com a quantidade e diversidade de projetos apresentados na Mostra Tecnológica da instituição. “Estou encontrando grandes projetos de inovação na área de agroindústria, na área de hortaliça. E é muito importante nós levarmos para os agricultores de Araguatins. Estou aqui para levar a inovação encontrada nesse estande. Com certeza são grandes melhorias para o Bico do Papagaio e para o estado do Tocantins”, declarou.
Assim como o produtor, o público que visita o estande do IFTO no evento pode conhecer os projetos que estão sendo desenvolvidos ou que já têm resultado. A variedade das temáticas da exposição mostra as diversas possibilidades de estudos feitos na instituição. Em comum, os projetos buscam atender diferentes necessidades ou serem solução para problemas que se apresentam na agricultura ou na educação, por exemplo.
Além da disseminação da produção científica feita no IFTO, a Mostra Tecnológica é uma importante vitrine para a instituição, sendo uma maneira de apresentar os resultados dos trabalhos desenvolvidos por estudantes e docentes para diferentes públicos. Alailson, supervisor pedagógico da Escola Municipal Antônio Gonçalves, de Palmas, esteve no estande do IFTO acompanhando um grupo de estudantes do 7º ano do ensino fundamental. Para ele, apresentar os projetos às crianças é importante para aproximá-las da ciência. “Considerando que a ciência e a tecnologia têm um compromisso com a sustentabilidade do planeta, é fundamental que as nossas crianças possam assimilar esse conteúdo e lembrando que o IFTO é um dos maiores sonhos dos nossos alunos. Então a gente traz para que eles se preparem para se tornarem futuros alunos do IFTO”, expressou o educador.
De acordo com a natureza dos projetos, eles podem ser categorizados como voltados para a sustentabilidade, da área tecnológica, de baixo custo e de serviços. Conheça mais sobre esses trabalhos:
Projetos de sustentabilidade
A utilização de materiais orgânicos em substituição aos plásticos sintéticos, como nos projetos Bioçu e Biofilme, ambos da unidade de Araguaína, ou ainda, a Lenha ecológica, produzida por estudantes da unidade de Palmas, são exemplos de soluções sustentáveis apresentadas na Mostra Tecnológica.
Projetos de pesquisa e extensão voltados para encontrar alternativas benéficas ao meio ambiente demonstram a preocupação institucional com problemas contemporâneos. Nesse sentido, projetos como o da unidade de Formoso do Araguaia, que propõe novas formas de consumir frutas, pode ser uma alternativa de combate ao desperdício de alimentos, ao mesmo tempo em que supre a demanda por produtos nutritivos prontos para o consumo. Nessa pesquisa, a produção dos rolinhos tem início com a escolha das frutas, que em seguida são processadas chegando a forma de purê que é distribuído em finas lâminas que são encaminhadas para a desidratação com ar quente. Já foram produzidos pelo projeto rolinhos de banana, banana com canela, abacaxi, abacaxi com capim santo, manga e manga com maracujá.
O próximo passo da equipe responsável pelo projeto será a produção de rolinhos a partir de frutas nativas como: buriti, murici e mangaba. Além disso, a equipe testará a utilização de desidratadores solares — hoje são utilizados fornos e estufas—, e avaliarão a aceitabilidade dos produtos pelos consumidores.
Projetos de economicidade
Produtores e microempreendedores em busca de soluções de baixo custo também podem encontrar projetos com potencial de atender a suas demandas. É o caso do trabalho da unidade de Dianópolis que estuda a viabilidade do uso de larvas de mosca na alimentação de frangos caipiras com a finalidade de baratear custos com outros nutrientes.
Já o objetivo do projeto XMachine, desenvolvido na unidade de Paraíso do Tocantins, é desenvolver protótipos de máquinas de vendas (vending machine) de baixo custo com características modernas e voltadas para o público regional.
Com proposta semelhante no que diz respeito a diminuição de custos, o projeto da horta Comunitária da unidade de Dianópolis, tem entre seus objetivos principais beneficiar as famílias que trabalham no local e aumentar a produção e qualidade das hortaliças, utilizando materiais de baixo custo para a construção de aspersores alternativos.
Projetos tecnológicos
A tecnologia está no DNA do IFTO, que a carrega em seu nome. Por isso, ideias que utilizam da tecnologia para melhoramento de serviços ou criação de produtos são inúmeras e abordam diferentes áreas.
Cientes da demanda do público por aplicativos de celulares que facilitem ou atendam necessidades específicas, a Mostra Tecnológica dispõe de diversos projetos com esse viés. É o caso do Petisco, um alimentador automático que funciona através de aplicativo de celular, idealizado com objetivo de facilitar a vida dos donos de animais de estimação. O desenvolvimento da ferramenta, criada pela dupla Gustavo Ferreira e Mizzael Soares da unidade de Araguaína, começou há oito meses, quando eles ainda cursavam o 1º ano do curso técnico em Biotecnologia integrado ao ensino médio.
Para Gustavo, ter a oportunidade de se envolver com pesquisa é um diferencial na sua formação no IFTO. “É bem interessante e achei bem legal. Tem a sua dificuldade por ser um ensino médio e ter o curso técnico, porém é muito motivador você pode criar um alimentador desses e poder ajudar vários pets. Vai ajudar os donos para não terem mais problema com a ração”, afirmou o estudante.
Além dos aplicativos para celulares, há projetos que utilizam a tecnologia com outras propostas. Da unidade de Paraíso do Tocantins vem o RedeClima, com a proposta de desenvolver uma estação para captação de dados climáticos e de qualidade do ar, como temperatura, umidade do ar, concentração de monóxido de carbono, concentração de dióxido de carbono, incidência de chuva, e detecção de fumaça. Com a instalação de unidades dessas estações em pontos estratégicos da cidade de Paraíso do Tocantins será possível mapear os microclimas e suas variações conforme distribuição nas dimensões tempo e espaço.
Ainda da unidade de Paraíso do Tocantins, a tecnologia também se torna aliada no ensino, com o projeto Metabotic: Material didático de botânica com automação. Esse trabalho propõe criar e divulgar materiais de apoio para a aplicação da robótica e automação em sala de aula e on-line para o ensino da Biologia, permitindo ações práticas difíceis de serem realizadas no contexto da rotina escolar, possibilitando o interesse e o vínculo com a área temática e a descoberta de novos conhecimentos com base no aspecto do ecossistema local.. No primeiro momento, o projeto atenderá os estudantes do ensino médio da própria unidade, mas poderá servir de base para a automatização da produção em hortas regionais.
Serviços
As produções científicas do IFTO são pensadas e desenvolvidas para oferecer melhorias à sociedade e algumas delas fazem isso de forma ainda mais direta, prestando serviços à comunidade em geral ou atendendo a necessidade de um público específico.
Esse é o caso do Laboratório de Solos, projeto coordenado pelo professor Juliano Magalhães Barbosa da unidade de Lagoa da Confusão, que, além de buscar melhorar o ensino através da instrumentação e a montagem do laboratório de solo, também ofertará consultoria aos produtores locais. “Procuramos parcerias e fizemos, junto à Prefeitura, um termo de convênio onde a prefeitura entrou com aporte financeiro para viabilizar o projeto e, em seguida, trabalhamos em prestar uma consultoria no sentido de fazer desde a fase de amostragem e análise de solo e levar ao produtor para que ele possa aplicar na sua propriedade”, explicou o docente.
Já o público-alvo de um serviço ofertado por meio de um projeto desenvolvido por estudantes da unidade de Colinas do Tocantins são os produtores de leite e laticínios. Trata-se do projeto Labinova, que realiza análises físico-químicas do leite a fim de possibilitar maior conhecimento acerca das propriedades do leite e garantir a qualidade dos derivados lácteos que estão sendo produzidos e posteriormente comercializados e consumidos.